sexta-feira, 8 de março de 2013

UMA DATA PRA NÃO ESQUECER

Como é bom ter a sensação do dever cumprido. É assim que estou me sentindo depois de varios meses
batalhando numa causa,não foi um dia, nem uma semana, mas foram horas minutos de dias em constante
trabalho, ora físico, ora mental, reunindo papeis, documentos, enfrentando uma luta interior, porque não
se pode agradar a todos que te cercam. Foram horas de dedicação para que tudo estivesse de acordo;
idas e vindas da Defensoria Pública, muitas vezes, não tão bem compreendida pelos estagiários incumbidos
de revisar os documentos do inventário de meu papai. Se alguém pegar, de repente essas linhas pra ler, logicamente vai pensar que fiz de uma simples tarefa uma tempestade em copo d'agua; pode parecer, mas
só quem passa por determinadas situações pode falar com  propriedade; e expressar o porquê do verdadeiro peso das palavras, essas palavras tem sentido próprio e não são "palavras jogadas ao vento".



Eram quase 15 horas e meia quando deixamos, minha irmã e eu, aquela repartição, uma pequena neblina
caía, mas o céu com nuvens pesadas anunciava temporal por vir, minha irmã ofereceu para pagar um táxi ; mas preferi andar, estava bem, parecia que um peso saíra de minhas costas...Andando pelas ruas, sentindo o vento em meu rosto; eu, claro, protegendo bem  meu pescoço, para não sofrer futuras consequências; algo de muito bom invadia meu ser, eu sabia o que era: eram quase três e meia da tarde e eu estava na rua sozinha, sem  ajuda de minhas irmãs, fazia tempo, meses que não experimentava  a alegria do poder caminhar à tarde pelas ruas da cidade.  Preciso exclarecer que sou portadora de MG (MIASTEMIA GRAVIS), e me lembrar sempre que não sou uma pessoa comum; nem sempre posso fazer o que gostaria de fazer, ou realizar pequenos desejos tão fáceis em minha mente, mas tão difíceis ou até impossíveis ao meu físico, ao meu organismo; mas tudo bem, dou graças a Deus quando consigo realizar meus "pequenos grandes desejos". Realmente é uma experiência incrível, gostosa, vibrante! Tem que ser registrada . Mas é a primeira vez que falo sobre essa minha "deficiência, ou "debilidade", ou "doença ?", ou "problema",  seja lá qual for o nome ou significado dessa MG, ela nunca foi bem vinda em minha vida,  talvez por isso nunca pensei em colocá-la aqui. Creio, porém, que até agora essas páginas estavam incompletas, não era eu no meu eu, faltava algo... Mais pra frente creio que falarei um pouco mais  sobre minhas experiências como mais uma portadora de MG, apesar de não andar de mãos dadas com ela, MG  passou a andar comigo por longos anos.
Bem, concluindo:  quando cheguei em casa, não sei explicar o porquê,  tive uma crise de choro, chorei muito, pensei em meu pai; ainda sinto por demais sua falta, lembrei de minha familia, os que já partiram, os que ainda estão aqui. Minha familia é bem grande, muitos irmãos e sobrinhos, e com os "agregados", não precisa  de mais nenhum convidado para fazer uma grande festa. Essa familia é muito amada por mim; somos iguais e diferentes; às vezes próximos, e outras distantes; muitas vezes nos abraçamos, outras poucas discutimos, mas nunca brigamos sério como tenho visto em várias familias, muitas vezes tão pequenas; nos amamos, respeitamos as individualidades; fomos educados assim; mamãe e papai nos deixaram  esse legado; talvez seja isso que, por eu ser bem sentimental, me faz sorrir, e ao mesmo tempo chorar, quando penso em cada  componente dessa familia linda que o Senhor, meu Deus, me fez pertencer.  Eu amo minha FAMILIA OLIVEIRA.    

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